Carol Marim
Inicia sua experiência com a dança contemporânea paralelamente aos estudos em filosofia, e por alguns anos, mesmo que ambas caminhem de forma aparentemente independentes, suas fronteiras já se mostram frágeis desde o inicio. Em 2010, esse limite rompe-se e a costura e a brincadeira de criança e herança familiar possibilita a costura (integração) entre pensamento e movimento, surgindo assim o projeto Costuras do Real.
O tecido é o lugar dos afetos, material maleável, que podemos cortar, colar, desfazer; é transitório e sensível à ação do tempo e por isso a superfície perfeita para se compor conceitos. Costuras do Real revela a criação de um procedimento, a partir da costura de retalhos (anotações soltas, vídeos, fotografias, artigos lidos e escritos, conversas, poesias, performances, nomadismo) que foram sendo guardados e experimentados ao longo desses 15 anos de pesquisa. Assim, a partir de experimentações reais de pensamento e movimento, nos quais esta dicotomia entre pesquisa/criação é rompida propõe-se a criação de um vocabulário e repertório de práticas e modos de colaboração do pensar que não sejam mais apenas uma utilização tanto da filosofia e da dança como ilustração. A proposta é costurar paisagens relacionais entre arte, filosofia, música e dança (improvisação e buto), de modo a provocar a exploração de como: o pensamento trabalha;